Carrapatos na Pecuária: O Inimigo Silencioso

O carrapato é um dos principais desafios sanitários da pecuária brasileira, afetando tanto o gado de leite quanto o de corte. Além de causar prejuízos diretos, como perda de peso e queda na produção de leite, ele também é vetor de doenças graves, como a Tristeza Parasitária Bovina. O combate eficaz exige um manejo estratégico e integrado para evitar resistência aos tratamentos.

Carrapatos na Pecuária: O Inimigo Silencioso que Gera Grandes Prejuízos

Os carrapatos são um dos maiores desafios sanitários da pecuária, causando prejuízos como queda na produção, menor ganho de peso e transmissão de doenças como a Tristeza Parasitária Bovina. O impacto varia entre gado de leite e de corte, exigindo estratégias de manejo específicas.

O controle eficaz inclui manejo do pasto, seleção genética, controle biológico e uso estratégico de carrapaticidas para evitar resistência. È fundamental monitorar o rebanho constantemente e agir preventivamente para minimizar perdas. Um programa de controle bem estruturado garante maior produtividade e sanidade ao rebanho.

Os Prejuízos Causados pelos Carrapatos

As infestações por carrapatos podem levar a uma série de problemas sanitários e econômicos na fazenda. Os principais impactos incluem:

• Redução no ganho de peso: bezerros e animais em terminação têm menor eficiência alimentar devido ao estresse e à perda de sangue.

• Queda na produção de leite: vacas infestadas reduzem a ingestão de alimento, comprometendo a lactação.

• Danos ao couro: ferimentos e inflamações na pele desvalorizam o couro, impactando a indústria do setor.

• Transmissão de doenças: o carrapato é vetor da Tristeza Parasitária Bovina, uma das principais causas de mortalidade no rebanho.

• Aumento dos custos com tratamentos: falhas no controle elevam a necessidade de aplicação de carrapaticidas, aumentando os gastos operacionais.

Diferença das Infestações em Gado de Leite e Gado de Corte

A intensidade e os impactos das infestações variam entre sistemas de produção.

Gado de Corte:

• O impacto maior ocorre em bezerros e animais em recria e engorda, que podem ter menor ganho de peso.

• O uso de produtos para tratamento precisa ser bem planejado para evitar resíduos na carne.

• O manejo estratégico do pasto é uma ferramenta essencial para reduzir infestações.

Gado de Leite:

• As vacas leiteiras sofrem mais com infestações devido a grande utilização de raças taurinas, como holandesas e Jerseys. Que são raças menos resistentes a essas infestações em comparação a raça nelore (de corte) e à queda no consumo alimentar.

• Há limitações no uso de carrapaticidas devido ao risco de contaminação do leite.

• Controle biológico e uso de produtos naturais são alternativas viáveis para reduzir a infestação.

Doenças Transmitidas pelo Carrapato

1. Tristeza Parasitária Bovina (TPB)

A TPB é causada pelos agentes Babesia e Anaplasma, transmitidos pelo carrapato Rhipicephalus microplus. Os sintomas incluem febre, anemia, perda de apetite, icterícia e até morte súbita.

• Prevenção: controle eficaz do carrapato e vacinação onde disponível.

• Tratamento: aplicação de drogas específicas sob orientação veterinária.

2. Dermatofilose ("Mal do Couro")

Causada pela bactéria Dermatophilus congolensis, ocorre quando as feridas deixadas pelos carrapatos são infectadas.

• Prevenção: controle parasitário e manejo sanitário adequado.

• Tratamento: antibióticos e controle da umidade no ambiente.

3. Miíase (Bicheira)

Feridas causadas pelos carrapatos podem atrair moscas, levando à infestação por larvas.

• Prevenção: controle de carrapatos e higiene dos animais.

• Tratamento: limpeza da área afetada e uso de larvicidas.

Manejo e Controle dos Carrapatos

Para evitar infestações descontroladas, é essencial um plano estratégico de manejo.

1. Controle Integrado de Carrapatos

O uso contínuo de produtos químicos pode gerar resistência. O ideal é adotar um controle integrado:

• Manejo do pasto: a rotação de piquetes reduz a população de carrapatos no ambiente.

• Controle biológico: fungos, bactérias e vespas parasitóides ajudam a reduzir a população de carrapatos naturalmente.

• Uso estratégico de carrapaticidas: evitar aplicações excessivas para prevenir resistência.

• Seleção genética: há animais naturalmente mais resistentes aos carrapatos.

2. Carrapaticidas: Quando e Como Usar?

Os carrapaticidas devem ser utilizados de forma rotacionada e estratégica:

• Banhos carrapaticidas: eficazes, mas exigem infraestrutura e mão de obra.

• Pour-on (spot-on): aplicação direta na linha dorsal do animal, de fácil manejo.

• Injetáveis: eficientes, mas devem ser administrados sob recomendação técnica.

3. Cuidados no Uso de Carrapaticidas

• Respeitar o período de carência para carne e leite.

• Alternar princípios ativos para evitar resistência.

• Aplicar corretamente para garantir eficácia.

O segredo está na combinação de todas essas práticas

Os carrapatos representam um grande desafio para a pecuária, afetando tanto a produtividade quanto a sanidade do rebanho. Um controle eficaz exige estratégias integradas, combinando manejo, controle biológico e uso criterioso de produtos químicos. Investir em prevenção e monitoramento contínuo é a melhor forma de reduzir perdas e garantir um rebanho mais saudável e produtivo.

A chave para vencer os carrapatos na pecuária é a implementação de um controle integrado e estratégico, evitando dependência exclusiva de carrapaticidas e prevenindo a resistência do parasita.

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